iPhone 11 vs Pixel 4: quais as diferenças do desbloqueio facial de cada um deles?

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A Apple iniciou em 2017 a biometria facial de forma segura com hardware dedicado a essa função. Até então o Android já embutia uma solução via software, extremamente insegura e que poderia ser burlada por fotografias impressas ou digitais.

O Google se inspirou nessa ideia para lançar o Pixel 4 esse ano, que conta com hardware dedicado para desbloquear a tela através do rosto do usuário. Graças a isso, assim como o iPhone 11, não existe biometria digital.

Mas quais as diferenças entre os mecanismos de cada uma delas?

Cadastrando um rosto

Veterana nesse ramo, a Apple consegue um processo bem menos burocrático para o cadastro de um rosto. O usuário abre o menu e então encaixa seu rosto em uma área ampla de visão, girando o pescoço uma vez para que o sensor capte uma imagem com dados matemáticos de profundidade para criação de um modelo 3D armazenado no aparelho. O procedimento é realizado uma segunda vez por garantia.

No Pixel 4, o menu é bem parecido com a solução da Apple, com a diferença de que a área de visualização é menor e o sensor Soli ainda não é tão lapidado quanto os sensores da Maçã. Por isso o usuário pode levar, quem sabe um minuto, nessa configuração em única etapa, que vai indicando pequenos blocos em que o sensor ainda não captou dados suficientes.

Desbloqueando a tela

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No iPhone 11 e outros com Face ID, o sistema está sempre pronto para reconhecer um rosto tão logo um toque na tela, mesmo apagada, seja identificado, ou então o movimento de pegada no aparelho seja realizado. A tela logo é desbloqueada para o usuário, mas caso o rosto não seja reconhecido, a tela de bloqueio aparece e poderão ser visualizadas as notificações se assim foi previamente configurado.

O Face ID, porém, tem uma limitação curiosa: nos celulares da Maçã ele apenas funciona com o dispositivo em modo retrato, com uma variação máxima de 45º de inclinação. No iPad Pro do ano passado não existe tal limitação.

Já no Pixel 4 tudo começa quando a mão do usuário se aproxima do aparelho, ou mesmo seu rosto. O sensor consegue captar as vibrações geradas pelos movimentos em suas proximidades e logo “avisa” o sensor de desbloqueio para entrar em atividade. Assim, tão logo a tela seja ligada, o usuário já é jogado para a área de trabalho

Os Pixels 4 não possuem limitação de ângulo para que o desbloqueio funcione.

O problema dos olhos

Como já relatamos aqui no TudoCelular, o Pixel 4 chegou com um perigoso recurso ativado por padrão e que não pode ser configurado de outra maneira por enquanto: o desbloqueio acontece mesmo quando os olhos do usuário estão fechados. Assim, o aparelho de um morto poderia ser desbloqueado, ou então alguém poderia ter acesso ao dispositivo enquanto o usuário dorme, bastando apontar o celular para o rosto do dono.

O Google liberará um update corretivo, que permitirá que os olhos abertos sejam exigidos.

A Apple, com amplo histórico de investir mais em segurança antes de colocar recursos no mercado, não sofre desse problema: por padrão o iPhone 11 exige a atenção do usuário, ou seja, olhos na tela. Mas essa opção pode ser desativada, tornando o desbloqueio menos seguro.

O trabalho em segundo plano

O Google muito orgulhoso detalhou como o seu desbloqueio facial foi projetado para ser seguro. Tão logo os sensores do Pixel 4 entram em ação, uma imagem é registrada e enviada por uma ponte exclusiva para o Titan, chip responsável por armazenar os dados de biometria facial do usuário. Se eles forem correspondentes, o Titan libera o uso do aparelho.

Já no iPhone 11 o Face ID lida com um trabalho mais complexo: tão logo um rosto se aproxime, o sensor capta diversas imagens em 2D dele ao lado de dados matemáticos de profundidade. Depois disso, a rede neural dos chips da Apple, localmente, converte as imagens com as informações adicionais registradas e decide se aquele resultado é compatível não apenas com os dados previamente cadastrados, como com a primeira imagem obtida pelo sensor no momento do desbloqueio.

No final as duas empresas oferecem uma solução bastante complexa para que a privacidade do usuário seja resguardada.