Nesta quinta-feira (24), a Motorola subiu ao palco, em São Paulo, para anunciar quatro novos smartphones ao mercado brasileiro. Um dos destaques foi o lançamento da família Moto G8 (Play e Plus), a segunda geração da linha G no ano.
Em conversa com o gerente de produtos da empresa, Thiago Masuchette, e conta mais sobre a estratégia para lançar a segunda família da série no mesmo ano.
Considerado um sucesso para a marca, em especial no Brasil, a linha Moto G é vista como um produto reconhecido pelos consumidores. Além disso, o executivo da empresa vê também uma evolução do público dos seus smartphones. Isso significa que quem comprava um modelo mais básico, hoje já quer adquirir um aparelho com mais recursos.
“A família Moto G é a grande fortaleza da Motorola. É um produto que os consumidores já chegam na loja perguntando, por causa da força. Reconhecem a marca e o modelo. Vemos que existe uma evolução no consumidor. Aquele que, anos atrás, comprou o Play, agora está comprando o Plus. Tem esse crescimento dentro dessa família.”
Thiago Masuchette
Gerente de produtos da Motorola
Thiago ainda completa que a família Moto G8 é vista como a maior evolução entre gerações da série de intermediários da empresa, além de entender que a importância da família de celulares é parte deste avanço.
“Quando a gente fala desta oitava geração, posso te garantir que é a maior evolução que a gente tem de uma geração para outra.”
Pela primeira vez desde que inaugurou a série Moto G, em 2013, a Motorola lançou duas gerações da linha em um mesmo ano. Os smartphones Moto G7, anunciados em fevereiro, já deram espaço para os modelos Moto G8, dentro de 2019.
A mudança de estratégia, como explica o gerente de produtos da empresa, tem a ver com a necessidade de o mercado contar com novas tecnologias, sem esperar mais por isso. Desta maneira, a companhia preferiu lançar os seus novos produtos antes de “perder para a concorrência”.
“Se eu tenho uma grande inovação, uma evolução dentro do meu portfólio, e fico aguardando esse lançamento para algum momento, eu posso perder o ‘bonde’ e também para uma concorrência algum momento.”
Na visão da Motorola, se o consumidor tem o dinheiro para comprar o seu novo smartphone, ele não espera um novo produto. Além disso, a empresa entende que algum recurso mais atual, se for deixado para mais tarde, poderia deixar de atender às necessidades do público.
“Quando a gente fala especificamente do G8 Play. Ao comparar com a geração anterior, ele vai de um aparelho com uma câmera simples para uma câmera tripla. Pode ser que, se eu ficasse aguardando para lançar esse aparelho daqui a seis meses, o conjunto triplo não seja o suficiente. Esse movimento se faz necessário e é o que o consumidor está demandando.”
Esta pode não ser a única vez que o mercado de smartphone veja mais de uma geração de aparelhos da Motorola em um mesmo ano. Isso porque, de acordo com o executivo, não haverá mais periodicidade nos lançamentos da empresa, em especial à linha Moto G.
Para o futuro, a companhia seguirá com a premissa de apresentar seus celulares conforme a evolução. Isso significa que, caso surja alguma nova funcionalidade no conjunto de um smartphone, a Motorola poderá anunciá-lo novamente fora da data que os usuários estão acostumados.
“Não é fazer lançamento por fazer lançamento. É ter realmente o entendimento de que, quando existe essa evolução, quando estou entregando algo inovador e melhor para o consumidor, vou fazer esse lançamento. A gente acaba fazendo mediante a inovação que está presente.”
Significado da família Motorola One
A princípio, por ter em seu primeiro modelo – o Motorola One – um aparelho equipado com o Android One, houve um entendimento de que a linha teria esse nome devido ao tipo de sistema operacional do Google.
Contudo, os aparelhos mais recentes da série chegaram sem a versão considerada mais “pura” da plataforma Android, apesar de manter o nome “One”. O executivo detalha que o sentido da nomenclatura está em ter características únicas para cada modelo apresentado.
No caso do primeiro, era a presença do Android One e do novo design da companhia. Conforme a empresa realizou pesquisas com os consumidores, viram que essa não era uma prioridade de compra para as pessoas.
Por isso, os demais dispositivos vieram sem a variante do SO do Google, mas com outras características de destaque, como Night Vision (Motorola One Vision), câmera de ação (Motorola One Action), primeiro conjunto quádruplo da marca (Motorola One Zoom) e, agora, a estreia da câmera Macro Vision (Motorola One Macro).
“Quando a gente trabalhou na família Motorola One, na verdade, estávamos pensando nesse ‘One’ de ser único. Durante esta evolução, através das nossas pesquisas, a gente verificou que o Android One deixou de ser uma prioridade de compra. Por isso, acamos optando por remover. Mas é algo que a gente sempre deixa aberto. Se as pesquisas trouxerem que a presença do Android One é importante e significativo, vamos voltar a implementar isso no nosso portfólio.”
Volta dos tops de linha?
Quando questionado sobre uma possível volta da Motorola no segmento de smartphones tops de linha, Thiago ressaltou o atual modelo mais potente da empresa, o Motorola One Zoom, como o carro-chefe atual. Porém, não descartou que, com alguma análise da equipe da empresa, ela volte a disponibilizar os chamados “flagships” no mercado.